O gasto estimado de R$ 1 bilhão para a realização da COP30, prevista para ocorrer em Belém em 2025, seria suficiente para construir aproximadamente 2.644 quilômetros de rede de esgoto, segundo cálculo baseado em custos médios nacionais de obras de saneamento. O valor considera o custo médio de R$ 378,4 mil por quilômetro de rede coletora.
Especialistas afirmam que o número é uma estimativa técnica e varia conforme o tipo de solo, densidade urbana, topografia e materiais utilizados. Ainda assim, o cálculo ajuda a dimensionar o impacto financeiro de uma obra de saneamento em comparação ao orçamento previsto para sediar o evento internacional.
Belém, cidade-sede da conferência climática, possui um dos piores índices de saneamento do país. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, 91% da população do Pará não tem acesso à coleta de esgoto, realidade que tem sido alvo de críticas diante do investimento necessário para a COP30.
O governo federal defende que a realização do evento trará benefícios econômicos e ambientais para a região, além de reforçar o compromisso do país com políticas climáticas. Já críticos argumentam que o montante poderia ser direcionado a melhorias estruturais urgentes, como saneamento básico, cuja ausência impacta diretamente saúde pública, educação e desenvolvimento urbano.
O orçamento final da COP30 ainda pode sofrer ajustes, mas a comparação reforça o debate sobre prioridades de investimento no estado e no país.