Mais de 94 milhões de brasileiros, ou cerca de 44% da população, dependem de algum programa social do Governo Federal, segundo dados do Cadastro Único (CadÚnico). O número levanta preocupações sobre o risco de uso eleitoreiro da assistência pública, especialmente em anos de eleição.
O principal programa, o Bolsa Família, atende 20,8 milhões de famílias, alcançando cerca de 54 milhões de pessoas. Outros benefícios, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), garantem renda mínima a 6 milhões de idosos e pessoas com deficiência.
Especialistas alertam que a forte dependência econômica pode ser explorada politicamente, por meio da distribuição seletiva de benefícios, promessas em troca de apoio eleitoral e uso da máquina pública para fins partidários. Isso ameaça a autonomia dos beneficiários e o propósito original dessas políticas: reduzir a pobreza e promover a inclusão.
Além da dependência, há também desinformação. Muitos não conhecem seus direitos ou os critérios de elegibilidade, o que aumenta a vulnerabilidade a manipulações políticas.
Garantir a transparência, o uso responsável dos recursos públicos e a educação sobre direitos sociais é essencial para que os programas cumpram seu papel sem interferência político-eleitoral.