O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou recentemente ser “admirador do regime chinês” durante julgamento no Brasil, em meio a discussões sobre regulação das redes sociais. A declaração ocorre poucos dias após a jornalista chinesa Zhang Zhan ter sido condenada a mais quatro anos de prisão por denunciar o surto de Covid-19 em Wuhan, caso que levantou críticas internacionais sobre censura e violação de direitos humanos.
Zhang Zhan, detida desde 2020, foi acusada pelo governo chinês de “provocar distúrbios” ao publicar informações independentes sobre a pandemia. Organizações de direitos humanos classificam a pena como arbitrária, reforçando preocupações sobre a repressão à liberdade de expressão no país.
A fala de Mendes, em julgamento no STF, provocou reação de especialistas e parlamentares. O contraste entre a repressão sofrida pela jornalista e a admiração declarada pelo ministro brasileiro evidencia tensões entre liberdade de imprensa e a defesa de modelos autoritários como referência.
Críticos destacam que elogios a regimes que restringem direitos individuais podem minar a confiança nas instituições democráticas e abrir precedentes preocupantes para o controle da informação no Brasil.
A situação levanta questões sobre os limites da admiração política por modelos estrangeiros, especialmente quando colocam em risco princípios centrais da democracia, como a liberdade de expressão e o direito à informação.